Quem são os captadores de recursos de uma ONG?

Captadores de recursos são fundamentais para garantir a continuidade das ONGs, conectando causas a financiadores e viabilizando projetos sociais
Imagem Canva

Com o avanço da profissionalização do Terceiro Setor no Brasil, uma função antes vista como secundária vem ganhando cada vez mais protagonismo: a do captador de recursos. Responsável por garantir a viabilidade financeira de projetos sociais, esse profissional hoje ocupa um papel estratégico dentro das organizações da sociedade civil (OSCs), conectando causas a financiadores e transformando ideias em ações concretas.

O reconhecimento oficial da profissão veio em 2021, quando o trabalho foi incluído no Código Brasileiro de Ocupações (CBO). Desde então, a atividade deixou de ser encarada como uma atribuição complementar de quem já atua em outras frentes da organização e passou a ser compreendida como uma função técnica, especializada e essencial à sustentabilidade institucional.

Uma atuação estratégica e multifacetada

Engana-se quem pensa que captar recursos significa apenas pedir dinheiro. A função exige planejamento estratégico, análise de cenários, redação de projetos, relacionamento com financiadores, articulação institucional e cumprimento rigoroso de metas. Trata-se de uma atuação complexa, que demanda visão de longo prazo, capacidade de negociação e conhecimento das causas que a organização defende.

No dia a dia, o trabalho do captador envolve a prospecção de doadores, inscrição em editais públicos e privados, organização de eventos de arrecadação, construção de parcerias com empresas, monitoramento de contratos e elaboração de relatórios de prestação de contas. Muitas vezes, esse profissional também colabora com as estratégias de comunicação e participa diretamente do fortalecimento institucional da organização.

Um mercado em crescimento, mas ainda marcado por desafios

Embora o campo da captação de recursos esteja em expansão, ele ainda enfrenta obstáculos significativos. A cultura de doação no Brasil permanece instável e concentrada em segmentos específicos da sociedade, o que obriga as organizações a diversificar fontes de financiamento e buscar alternativas sustentáveis além das contribuições pontuais.

Para organizações de pequeno e médio porte, o desafio é ainda maior. A falta de recursos dificulta a formação de equipes exclusivas para a captação, e muitas vezes um único profissional acumula funções como elaboração de projetos, mobilização de recursos e gestão institucional.

Além disso, os captadores enfrentam um ambiente cada vez mais competitivo, com editais rigorosos, prazos curtos, exigências de compliance e a redução de repasses públicos. Ainda assim, cresce dentro das OSCs a consciência de que investir em captação é investir na própria sobrevivência da organização.

transparência e impacto

O cenário atual exige das organizações um grau elevado de profissionalismo, uma vez que é preciso ter planejamento estruturado, indicadores claros de impacto e transparência no uso dos recursos. Cabe ao captador transformar tudo isso em propostas consistentes, alinhadas tanto ao propósito da organização quanto aos interesses de seus parceiros.

Ao colocar em movimento os recursos necessários para mudar realidades, o captador de recursos contribui diretamente para o impacto social das ONGs. É um trabalho que acontece nos bastidores, mas sem o qual muitas ações não existiriam.

(Redação ONG News)

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