Projeto transforma cores em experiências sensoriais e amplia inclusão de pessoas com deficiência visual

Desenvolvido com apoio da Fundação Dorina Nowill para Cegos, “Cores que Tocam” leva acessibilidade ao universo das cores por meio de Braille, poesia e som

Um novo projeto busca transformar a forma como pessoas cegas e com baixa visão interagem com o universo das cores. Chamado Cores que Tocam, a iniciativa da Coral torna 70 cores acessíveis por meio de experiências sensoriais, combinando texturas, linguagem em Braille e narrações em áudio. O desenvolvimento teve participação ativa da Fundação Dorina Nowill para Cegos, referência nacional na inclusão de pessoas com deficiência visual, que garantiu a acessibilidade e validação técnica de cada etapa.

O projeto nasce de uma premissa simples: cores também podem ser sentidas. A proposta partiu de estudos da neurociência que mostram como pessoas cegas associam cores a emoções, memórias e sensações. Com isso, surgiu a ideia de traduzir cores em Cromopoemas® — pequenos textos que capturam a essência de cada cor e a transformam em uma experiência poética, tátil e sonora.

Esses textos foram impressos em Braille, pensados especialmente para a leitura tátil, e também gravados em áudio. A experiência é complementada por um leque físico adaptado, semelhante aos catálogos de tintas convencionais, mas criado especificamente para o público com deficiência visual. As cartelas são pretas, com o nome da cor em fonte ampliada no verso e o conteúdo em Braille na frente, promovendo acessibilidade tanto para pessoas cegas quanto para quem tem baixa visão e não é alfabetizado no sistema.

A Fundação Dorina Nowill para Cegos foi responsável pela consultoria técnica do projeto e pelo processo de validação com o público-alvo. A instituição contribuiu para que o material atendesse às necessidades reais das pessoas com deficiência visual e se tornasse mais do que um recurso estético, mas uma verdadeira ferramenta de inclusão e protagonismo.

“Acreditamos que a inclusão acontece quando as diferenças são respeitadas e valorizadas. Projetos como o ‘Cores que Tocam’ representam um avanço significativo nesse caminho. Eles permitem que pessoas cegas e com baixa visão tenham acesso a experiências que antes eram exclusivas do universo visual”, afirma Alexandre Munck, superintendente executivo da Fundação Dorina Nowill para Cegos.

Além da versão impressa, os Cromopoemas® foram transformados em áudios que estão disponíveis no canal oficial da Coral no YouTube (acesse aqui). A sonorização, realizada pela produtora Vox Haus, foi adaptada para respeitar a sensibilidade auditiva de pessoas cegas, evitando excessos de estímulos e valorizando uma narração mais fluida e acolhedora. Uma inovação adicional foi a possibilidade de ouvir os conteúdos em velocidade 2x, sem comprometer a compreensão — um recurso bastante utilizado por quem depende de leitores de tela.

A iniciativa não apenas amplia o acesso ao universo das cores, como também valoriza a diversidade de formas de sentir e perceber o mundo. “Ao transformar cor em sensação, poesia e som, reconhecemos que a experiência sensorial é plural e que a estética também pode ser inclusiva”, reforça Munck.

(Redação ONG News)

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