Mais de 250 organizações da sociedade civil, profissionais e lideranças da saúde uniram esforços para pedir que o Brasil coloque a saúde no centro das decisões sobre mudanças climáticas durante a COP30, que será realizada em 2025, em Belém (PA). A carta aberta, intitulada “Pela saúde no centro da ação climática”, foi entregue na última sexta-feira (17), em Brasília, à enviada especial para o tema na conferência, Ethel Maciel, epidemiologista e enfermeira.
A entrega aconteceu na Universidade de Brasília (UnB) e foi conduzida pelo Movimento Médicos pelo Clima, iniciativa criada pelo Instituto Ar. A comitiva contou com a participação da médica pneumologista Danielle Bedin, da líder do movimento Brenda Kauane e do professor Swedenberger Barbosa, do Centro Internacional de Bioética e Humanidades da UnB.
Saúde e clima: uma pauta indissociável
O documento pede que o Brasil lidere um esforço internacional para consolidar a saúde como prioridade transversal nas políticas climáticas, a exemplo do que foi feito na Declaração Ministerial sobre Clima e Saúde, durante a presidência brasileira do G20, em 2024. Entre as propostas, estão o fortalecimento do Plano de Ação em Saúde de Belém, a criação de mecanismos de financiamento climático voltados à saúde e a garantia de que o tema esteja presente nos principais documentos da COP30.
Mais de 250 vozes pela saúde
A carta recebeu mais de 250 assinaturas, incluindo 70 organizações, movimentos e empresas, além de médicos, profissionais da saúde e lideranças da sociedade civil. Entre as signatárias estão a Sociedade Brasileira de Pediatria, a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, a Fundação José Luiz Setúbal, a Associação Brasileira de Asmáticos (ABRA), o Instituto Bem do Estar, o Vertentes Ecossistema de Saúde Mental, o Projeto Hospitais Saudáveis e a Rede de Trabalho Amazônico (GTA), que articula mais de 600 organizações da Amazônia Legal.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a crise climática deverá causar cerca de 250 mil mortes anuais entre 2030 e 2050, em razão de doenças como desnutrição, malária, diarreia e estresse térmico. Os custos para os sistemas de saúde podem variar entre US$ 2 e 4 bilhões por ano.
“A entrega dessa carta mostra que estamos no caminho certo. A mudança climática está acontecendo agora, e nós, médicos, precisamos falar sobre isso com nossos colegas e pacientes”, ressaltou a médica Danielle Bedin, embaixadora pelo clima no movimento.
Para mais informações, acesse institutoar.org.br/medicospeloclima.
(Redação ONG News)