ATL 2024: indígenas defendem o fim dos combustíveis fósseis 

Organizações indígenas pressionam por transição energética justa e popular em manifesto lançado durante o 20º Acampamento Terra Livre
From April 22nd to 26th, indigenous peoples from all regions of Brazil will occupy Brasília (DF) in the 20th anniversary of Acampamento Terra Livre (ATL), the largest indigenous mobilization in the country, coordinated by the Articulation of Indigenous Peoples of Brazil (Apib). At the center of the discussions is the defense of the right to land, expressed in the demand for demarcations and the end of the anti-indigenous thesis of the Marco Temporal. De 22 a 26 de abril, povos indígenas de todas as regiões do Brasil vão ocupar Brasília (DF) nos 20 anos do Acampamento Terra Livre (ATL), maior mobilização indígena do país, coordenada pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib). No centro das discussões, está a defesa do direito à terra, expressa na exigência por demarcações e pelo fim da tese anti-indígena do Marco Temporal.

“O avanço da exploração de petróleo e gás no país nos coloca na contramão dos esforço globais de combate às mudanças climáticas. Se o Brasil quer liderar pelo exemplo, precisa fazer a lição de casa”.

É o que afirma, de forma enfática, trecho do manifesto pelo fim dos combustíveis fósseis lançado por organizações indígenas na última quarta-feira (24), durante o 20º Acampamento Terra Livre (ATL).

Este ano, a maior mobilização indígena do Brasil completa duas décadas de existência e traz à tona o debate sobre a tese inconstitucional do Marco Temporal e a importância da demarcação de terras indígenas.

Os povos estão reunidos em Brasília e também discutem os impactos do petróleo para a biodiversidade e povos da floresta, principalmente diante da pressão para novos projetos de exploração na Amazônia brasileira.

O manifesto assinado pela Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) e pela Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste e Minas Gerais (Apoinme), ressalta ainda que, além de gerar impactos socioambientais e climáticos devastadores, o setor de óleo e gás acumula graves violações de direitos humanos.

“Certamente não será abrindo novas frentes de exploração que iremos protagonizar os esforços mundiais de enfrentamento da crise climática e promover a transição energética justa e popular”, argumenta o posicionamento.

Participe do abaixo-assinado “Petróleo Na Amazônia Não”!

As organizações também destacam que o futuro de todas as formas de vida que habitam a Terra está entrelaçado à defesa e proteção dos territórios e modos de vida indígena. 

“Nós, povos indígenas, somos guardiões da biodiversidade e estamos na linha de frente para conter a crise climática global, por meio de saberes e tecnologias sociais produzidos por nossos modos de ser e estar no mundo. É justamente em nossos territórios que se encontram as bases para a construção do mundo pós-carbono”.

Confira abaixo todas as reivindicações do manifesto.

NOSSO MARCO É ANCESTRAL, SEMPRE ESTIVEMOS AQUI!

Por isso, reivindicamos: 

● A demarcação dos territórios indígenas;
● A garantia da Consulta Livre, Prévia e Informada de povos e territórios afetados pela exploração de petróleo e gás, bem como a reparação e a recuperação dos territórios afetados, respeitando sua autonomia e autodeterminação; 
● Definição de uma data para o fim da produção dos combustíveis fósseis;
● Paralisação da oferta de novos blocos à exploração de petróleo e gás;
● Paralisação dos subsídios para exploração e produção desses combustíveis;
● Redirecionamento dos subsídios hoje dados aos combustíveis fósseis para o fomento da produção sustentável de produtos da floresta e dos saberes tradicionais;
● Criação e efetivação mecanismos de compensação e mitigação para a população historicamente afetada pela indústria de combustíveis fósseis, com fomento à alternativas econômicas locais com respeito à economia indígena;
● Reforço ao papel das autoridades de comando e controle a fim de evitar a impunidade das empresas responsáveis pela poluição e degradação ambiental;
● Revisitação ao Plano Nacional de Contingência, em diálogo com os Povos Indígenas e sociedade civil, assim como a criação de mecanismos para sua execução imediata, com foco em ações emergenciais e rápidas de limpeza e contenção em situações de derramamentos de petróleo e vazamentos de gás.
● Promoção da transição – justa, popular e inclusiva – para um novo modelo energético, por meio de uma discussão ampla e democrática com a sociedade civil. 
● Priorização das políticas de investimento governamental para fontes de energia que geram menos impactos socioambientais e territoriais, que protejam a biodiversidade e nossos povos (como parte dos compromissos do Acordo de Paris e da Convenção da Diversidade Biológica), respeitando os limites ecológicos do planeta.

Fonte: Greenpeace

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